sábado, 28 de novembro de 2009

terça-feira, 14 de abril de 2009


Palavras até me conquistam temporariamente, mas atitudes me ganham ou me perdem para sempre...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Assim sou eu

É do conhecimento corrente
Que eu tenho um parafuso a menos...
Então o mundo,
Abismado perante a minha cabeça
Desaparafusada,
Pôs-se de gatas,
À procura do meu parafuso perdido...
Voltaram com milhões de parafusos,
Que pertenciam a milhões de pessoas
Que os tinham perdido!
Experimentaram-me todos
Mas nenhum me adaptava!
E acabaram por fazer uma montanha
De sucata,
Com os parafusos que não têm
Aqueles que se abismaram
Perante a minha loucura!
Entao o mundo ,

abismado por nao compreender a minha loucura
nao olhando para dentro de si proprio
achou por fim melhor condenar-me louca
a assumir a sua fragilidade perante a vida.
Eu por minha vez nao me fiz de vitima,
continuei a viver minha vida como de costume...
Perante o mundo ainda sou a louca,
e nada me acrescenta o que o mundo pensa sobre mim...
As vezes a escolha certa esta em agir e nao reagir,
veja que o mundo esta em guerra e eu estou em paz comigo mesmo.

Quem é a louca dessa historia?

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

SAIR DE CENA

Uma das coisas que aprendi com pessoas de grande sabedoria é saber sair de cena, deixar o palco, sair da roda, mudar de assunto.
Saber o momento exato de fazer com que os holofotes fiquem sobre os outros e não sobre eu mesma.
No mundo competitivo em que vivemos minha presença “marcante” pode marcar demais. Minha idéia “brilhante” pode brilhar demais.
A forma “inovadora” de pensar pode inovar demais.
E nem sempre as pessoas estão dispostas a deixar você brilhar impunemente. É hora de sair de cena.
Nem que seja por um tempo.
É preciso fazer um grande esforço de sabedoria para saber quando sair de cena. É preciso ter uma grande capacidade artística para saber como sair de cena.
Doeu muito sair de cena esta vez!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Os olhos do amor


Contam que no meio de uma rodinha de deuses, semi-deuses, faunos, centauros e hamadríades, Eros (deus do amor) e Mória (deusa da Loucura) brigavam pra valer.
Como Eros fosse mais jovem, mais forte e estivesse levando a melhor, Mória começou a usar de golpes baixos, e, em determinado momento, enfiou todas as dez longas e afiadas unhas no rosto e nos olhos do deus do Amor, cegando-o.
Aí a coisa pegou, e o próprio Zeus, o deus dos deuses, foi até lá, iradíssimo, ver o que estava acontecendo.
Mas já não havia muito a fazer.
O pequeno deus estava irremediavelmente cego, graças às unhadas da outra, que, de resto, ainda permanecia por lá, encolhidinha num canto, toda arrependida.
Diante das circunstâncias, Zeus fez o que podia fazer.
Dirigindo-se à Mória, falou:
"Tu, que foste a causadora disto, estás condenada a servir-lhe de guia até o fim de teus dias".
E foi assim, e desde então, que o Amor passou a ser guiado pela Loucura.

A lição do Feiticeiro

Um feiticeiro africano conduz seu aprendiz pela floresta.
Embora mais velho, caminha com agilidade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante.
O aprendiz blasfema, levanta-se, cospe no chão traiçoeiro, e continua a acompanhar seu mestre.
Depois de longa caminhada, chegam a um lugar sagrado.

Sem parar, o feiticeiro dá meia volta e começa a viagem de volta.
- Você não me ensinou nada hoje - diz o aprendiz, levando mais um tombo.
- Ensinei sim, mas você parece que não aprende - respondeu o feiticeiro.

- Estou tentando lhe ensinar como se lida com os erros da vida.
- E como lidar com eles?
- Como deveria lidar com seus tombos - responde o feiticeiro. - Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar descobrir o que te fez escorregar.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Eu quero sair correndo pela
floresta para me reunir à matilha,
Eu quero poder dançar em volta
da grande fogueira
E entoar cântigos antigos quero poder

ver fora o que já encontrei dentro de mim.

Já tentaram me dominar de vários modos.
Já tentaram domar as minhas mãos,
com esmaltes brancos, francesinhas e florzinhas.
Já tentaram domar os meus cachos,
com escovas, chapas e mechas californianas.
Já tentaram domar os meus seios,
dizendo que eram grandes, caídos, desproporcionais.
Já tentaram domar o meu ventre,
com lipos, plásticas e abdominais.
Já tentaram domar o meu sexo,
ordenando-me como fazer, com quem e quando.
Tentaram então controlar meus pensamentos,
dizendo-os impuros, imprópios, impertinentes.
Não satisfeitos, disseram que era errado ser mulher.
Que a mostras maior do poder feminino era vermelha demais,

suja demais, demorava demais, dava câncer.
Forçaram-me a acreditar em algo sem sentido,
a ter fé em ser fálico, masculino, diferente de mim.
Colocaram-me numa fôrma e disseram:
trabalhe desse jeito, aja desse jeito
seja desse jeito....
Ora, deixem-me!
Eu faço o que quero
trabalho como quero
me visto como quero
vou aonde quero
amo quem quero
penso o que quero
falo o que quero
sou o que quero!
Não me venha com frases-feitas,
provérbios antigos, pensamentos estagnados
dogmas inabalados, piadas de mau gosto diminuindo o meu gênero.
Sou fogo e água, antiga e jovem
Venho do Norte, trazida pelos ventos do Sul
Minha vida é a eterna dança
no caldeirão de possibilidades
que criei para mim mesma.